TUDO SOBRE O IRAN

O Irã, também conhecido como Pérsia, é um país localizado na Ásia Ocidental. Faz fronteira com o Iraque e a Turquia a oeste, com o Azerbaijão e a Armênia a noroeste, com o Mar Cáspio e o Turquemenistão ao norte, com o Afeganistão e o Paquistão a leste e com o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico ao sul. Com uma população estimada de 86,8 milhões, o Irã é o 17º país mais populoso do mundo e o segundo maior da região.

O Iran antigo

O Irã é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo, começando com a formação dos reinos elamitas no quarto milênio a.C.. Foi unificado pela primeira vez pelos medos no século VII a.C. e atingiu seu auge territorial no século VI a.C. quando Ciro, o Grande, fundou o Império Aquemênida, um dos maiores impérios da história.

No século IV a.C. Alexandre, o Grande, conquistou a Pérsia e quando morreu em 323 a.C., deixou um império ainda maior do que tinha sido o império persa dos aquemênidas.

Os muçulmanos árabes conquistaram o império no século VII d.C. islamizando o país. O Irã se tornou então um importante centro de cultura e aprendizado da religião islâmica espalhando pelo mundo sua arte, literatura, filosofia e arquitetura.

O Irã moderno

Em 1925, Ahmed Shah Qajar foi deposto num golpe militar encabeçado pelo comandante de cavalaria e primeiro-ministro Mohammed Reza Pahlevi. Treinado pelos cossacos russos, Mohammed Reza aproveitou a turbulência e inércia dos Qajar, em declínio, para tomar de assalto o poder e se declarou Xá da Pérsia. Mohammed Reza Shah, como foi chamado após sua ascensão, queria fazer da Pérsia uma República laica e moderna, tal qual fizera Mustafá Kemal Atatürk apenas alguns anos antes, nos escombros do Império Turco-Otomano. Reza Shah era um homem de pensamento progressista, pouco apegado às tradições iranianas e islamo-xiitas do seu país, encarando-as mesmo com aberta hostilidade. Reza Shah deu início a uma agressiva campanha de modernização não apenas da economia abrindo as portas para as petrolíferas estrangeiras, mas também nos aspectos sociais e institucionais. Estabeleceu decretos para minar a influências das tradições culturais e religiosas na sociedade irano-persa, como a proibição do uso do véu pelas mulheres. 

Por causa de suas medidas, acabou tornando-se impopular enfrentado diversas rebeliões, que sempre sufocou com violência. Reza Shah foi forçado a abdicar em 1941, após uma invasão conjunta de britânicos e soviéticos em consequência de posicionamentos pró-Eixo durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi sucedido por seu filho, Mohammed Reza Pahlevi e em 1967, assim como Napoleão, coroou a si mesmo e sobre a cabeça de sua terceira mulher, a rainha Farah Diba, colocou uma coroa cravejada com esmeraldas do tamanho de um ovo. 

Criou um partido único e sufocou a resistência, graças à “Savak”, sua temida polícia. Os intelectuais foram silenciados mas os mulás xiitas se organizaram em uma oposição alimentada do Iraque pelo aiatolá Khomeini que culminou na Revolução Islâmica no final de 1978. 

O Irã atual

Atualmente o governo do Irã é uma teocracia islâmica com elementos de um sistema presidencialista, embora a autoridade final seja atribuída a um “Líder Supremo” autocrático; o cargo é ocupado por Ali Khamenei desde a morte de Khomeini em 1989. O governo iraniano é autoritário e atraiu críticas generalizadas por suas restrições e abusos significativos contra os direitos humanos e as liberdades civis, incluindo várias repressões violentas de protestos em massa, eleições injustas, direitos limitados para mulheres e crianças, bem como para o segundo maior número de execuções em massa no mundo. Desde a Revolução Iraniana, o país é amplamente considerado o adversário mais determinado de Israel e da Arábia Saudita. O Irã também é considerado um dos maiores atores nos assuntos do Oriente Médio, com seu governo envolvido direta e indiretamente na maioria dos conflitos modernos do Oriente Médio.

Xá Reza Pahlavi, ascensão e queda

Venerado e depois condenado por seus súditos, instrumentalizado e depois abandonado pelos americanos, o último xá do Irã, Mohamed Reza Pahlavi, obrigado a se exilar em 1979 após 37 anos de reinado, não sobreviveu à sua obsessão de se tornar o Dario dos tempos modernos. Ao longo dos meses que antecederam à fuga do último xá do Irã e o colapso de 25 séculos de monarquia viu crescer o fervor popular que levaria seu país para a Revolução Islâmica.

Nascido em 26 de outubro de 1919, educado em Genebra e nomeado coronel no Exército imperial aos 12 anos, o tímido Reza Pahlavi viveu atormentado pelo temor de ser inferior a seu pai, o xá Reza Khan Pahlavi, um soldado transformado em um rei reformador e autocrata.

O Irã era um país onde se misturavam a miséria do povo e o luxo da elite quando Reza se tornou o governante com apenas 22 anos. O autocrata reinou de maneira absoluta sobre desertos cheios de petróleo e gás. Dominou a região com seu Exército, o mais forte do Oriente Médio, e se tornou o monarca absoluto do segundo maior país exportador de petróleo.

Suas reformas sociais inspiradas no Ocidente provocaram a ira dos líderes religiosos. Queria um país moderno onde existisse igualdade entre homens e mulheres. Liberou o uso obrigatório do hijab, permitiu a mini saia, as discotecas e a bebida alcoólica. Mas o país, com leis islâmicas rígidas profundamente arraigadas na sociedade, não estava preparado para tanta modernidade.

Criou um partido único e sufocou a resistência graças à “Savak” sua temida polícia secreta, atitudes que lhe valeram a reputação de tirano. Apesar do governo violento e autoritário os mulás xiitas conseguiram se organizar em uma forte oposição, alimentada pelo aiatolá Khomeini.

Os jogos da corte e as luxuosas recepções continuaram apesar da crescente insatisfação com o seu governo até que, em 1978, as províncias e depois Teerã se rebelaram. O xá ficou sem energia diante de uma oposição cada vez mais forte. Esse grupo formado por islamistas radicais opostos ao quietismo do clérigo tradicional, estudantes de esquerda inspirados nos movimentos anticolonialistas ao redor do mundo, assim como republicanos, liberais e laicos, herdeiros políticos de Mossadegh, finalmente se impõe. Vencido, o último xá do Irã fugiu de Teerã em 16 de janeiro de 1979.

Sua saída permite o retorno triunfante do aiatolá Ruhollah Khomeini em 1º de fevereiro e a vitória da Revolução Islâmica. 

O xá do Irã, que sonhava em transformar seu país na quinta potência mundial no ano 2000, faleceu no Cairo, apátrida, falido e sozinho, em 27 de julho de 1980. Morreu de câncer 18 meses após a fuga de sua terra natal, durante os quais “perambulou” pelo mundo atrás de asilo.

Em Persepolis a comemoração dos 2500 anos da monarquia persa

Foi uma festa impressionante. Gastos estratosféricos foram feitos para que nada saísse menos do que perfeito. O dinheiro não era obstáculo. Um novo aeroporto internacional e 80 km de estrada foram construídos para o evento. Na chegada, palmeiras ladeavam alguns quilômetros do caminho. Uma luxuosa cidade de tendas recobertas de seda foi erguida para abrigar os convidados do mundo todo. Os mais importantes lideres mundiais, reis, rainhas, presidentes e primeiro ministros compareceram à festa. Um oásis foi construído no meio do deserto com milhares de árvores, flores e até 50 mil pássaros importados da Europa. O famoso restaurante Maxim’s de Paris fechou suas portas durante 2 semanas para preparar as refeições e foram contratados garçons e maitres do luxuoso Badrutt’s Palace Hotel de Saint Moritz para servir os convidados. Aviões militares iranianos transportaram 18 toneladas de comida de Paris. Os mais raros vinhos e até blocos de gelo chegavam por avião. Tudo, exceto o caviar do Iran, foi trazido da Europa.  Em um país onde a maior parte da população vivia na pobreza uma comemoração desse porte certamente não foi apropriada. A festa foi mais um fator negativo para um já desgastado governo e assim como na revolução francesa, o povo se rebelou e o rei foi derrubado. A história sempre de repete.

*Para ver o excelente documentário sobre a festa em Persépolis cpie e cole em seu navegador o link abaixo:

https://www.facebook.com/watch/?v=1838569803126970

Palácio Golestan

O Palácio Golestan em Teerã é um dos monumentos mais lindos do Irã. Este palácio é um bom exemplo da arte, história e arquitetura persas. 

O magnífico Palácio do Golestan, em Teerã, foi sede da família Qajar que chegou ao poder em 1779 e é um dos mais antigos monumentos históricos de Teerã, pertencendo a um complexo de edifícios reais localizados no interior da antiga cidadela histórica da capital iraniana. Atualmente é um museu histórico, Patrimônio da Humanidade desde 2013. São nove edificações diferentes com entradas independentes, revestidas com bonitos azulejos decorados e rodeados por um elegante jardim. O terraço Takht-e Marmar (varanda do trono de mármore) é decorado com elementos iranianos, como azulejos, espelho, estuque, janelas de treliça e pinturas. O trono de mármore no terraço é feito do famoso mármore amarelo vindo da província de Yazd.

O aspecto luxuoso se destaca no magnífico “salão dos espelhos”, o ponto alto da visita.

Espelhos, grandes e pequenos, formando delicados trabalhos artísticos, todos refletindo a iluminação proveniente dos magníficos candelabros de cristal e a decoração luxuosa, com certeza era utilizado para impressionar delegações estrangeiras. A sensação é de opulência e fartura. Espelhos eram muito caros na antiguidade e raros de serem vistos com esta profusão.

Abaixo algumas curiosidades do Iran

– Os iranianos se orgulham do seu passado persa. Eles são os herdeiros de uma das histórias mais antigas e importantes da humanidade. Há 2.500 anos, o gigantesco império persa dominava o mundo. Inúmeras guerras destruíram esse poder. A Pérsia mudou de nome e há 38 anos se transformou na República Islâmica do Irã. Ali, Oriente e Ocidente se cruzam. São quase 82 milhões de pessoas que vivem na região. A imagem que temos do Irã de um país triste, fechado, arrasado por guerras e terrorismo não pode ser mais equivocada. O país é lindo e cheio de gente feliz que recebe o turista com um sorriso aberto e com muita simpatia.

– O império persa deixou como legado os belíssimos monumentos, uma rica cultura e muita riqueza. Um verdadeiro tesouro que reúne as mais belas jóias e pedras preciosas que rivalizam em importância coma magnífica coleção de jóias dos czares da Rússia está guardada em um bunker subterrâneo no Banco Central , em Teerã. Esse tesouro está protegido por um esquema de segurança rigoroso e considerado inviolável.

– Nesse tesouro está o diamante rosa mais valioso do mundo com 182 quilates e a espetacular coroa usada pela imperatriz Farah Diba em sua coroação. Essa coroa e o colar de esmeraldas usados por ela, foram criados especialmente para a ocasião pela Van Cleef & Arpels. Esse evento marcou uma das encomendas de maior prestígio na história da Maison. A coroa é ornada com 1.541 pedras no total, incluindo 1.469 diamantes, 36 esmeraldas, 34 rubis, 2 espinelas, 105 pérolas, entre outras pedras. Dentre todas, a mais importante é a espetacular esmeralda de 150 quilates colocada ao centro.

– Isfahan é considerada a cidade mais bonita do país. As cúpulas das mesquitas decoram de azul o cenário. A praça da cidade é um dos principais cartões postais do Irã.

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