O Japão é um país de contrastes onde cidades modernas se misturam com palácios imperiais, santuários e templos. A população é enorme, são mais de 127 milhões de pessoas em 377 873 km², isso quer dizer muita gente em pouco espaço. Inevitavelmente você vai se deparar com trens lotados, multidões em um cruzamento e grandes filas, mas tudo funciona e o país é organizado, limpo e seguro. Os costumes são bem diferentes dos nossos por isso antes de ir tente aprender o que pode e o que não pode para evitar gafes. A comunicação é difícil já que a maioria deles não fala inglês e os que falam têm uma pronúncia tão ruim que é difícil de entender. A verdade é que, superado o primeiro impacto da comunicação e da comida, o Japão é um país muito fácil de viajar. O sistema de trens funciona muito bem e com o passe JR Pass você tem direito ao uso ilimitado de trens, metrôs, ônibus e ferries.
Preservar as tradições é algo muito importante no Japão e isso é visto no dia-a-dia das pessoas e na arquitetura e gastronomia. O interessante é ir fundo e vivenciar essa tradição para se ter uma experiência autêntica em sua viagem. Se hospede em um dos inúmeros ryokans espalhados pelo país, garanto que vale a pena! Os ryokans são casas japonesas antigas que foram transformadas em hotéis. Dentro dos ryokans todos andam vestidos de quimono e nos pés usam-se os chinelos de dedo típicos do Japão. A comida servida é tradicional japonesa e não tem nada além disso. Esqueça a tentação de pedir um hambúrguer. Se jogue e encare o que for servido, afinal faz parte da “japan experience”. Tome um banho de ofurô e prepare-se para dormir em um futon com travesseiro recheado de grãos de arroz...
Quanto aos passeios listei o que é imperdível de se ver por lá.
- Ueno Park em Tokyo
A Sakura ou a flor da cerejeira é um dos maiores símbolos do Japão. Seu desabrochar avisa que o inverno está acabando e é o início da primavera.
Nessa época japoneses e turistas aproveitam a curta florada da cerejeira, de cerca de duas semanas, para fazer o Hanami. É a tradição de ir a parques em grupos familiares ou de amigos para apreciar a florada das cerejeiras. O parque mais bonito é o Ueno Park em Tóquio. Com mais de 1000 árvores, multidões de todos os continentes se reúnem lá uma vez ao ano para passear entre as cerejeiras.
- Castelo de Himeji
No Japão ainda existem muitos castelos antigos. O Castelo de Himeji é o maior e mais famoso castelo feudal japonês, datado de 1333 e construído pelo governador e samurai Akamatsu Norimura. É, em termos de arquitetura, o modelo mais completo. Seu exterior chama atenção pelo impecável acabamento branco que foi inspirado em um pássaro levantando voo. Os animais e suas habilidades influenciaram a formação de sua cultura e têm um enorme respeito desse povo. A região do castelo abrange 83 edificações utilizadas como fortalezas para defender o castelo e as cidades vizinhas. A sua posição privilegiada dá a melhor vista dos arredores da prefeitura de Hyogo. De todos os castelos a se visitar no Japão, o Castelo de Himeji é com certeza inesquecível.
- Templo Kinkaku-ji
Localizado em Kyoto, o Templo Kinkaku, ou Templo do pavilhão de ouro fica às margens do lago Kyoto-chi. Construído em 3 andares e completamente cobertos por folhas de ouro.
O local do Kinkaku-ji foi comprado pelo shogun Ashikaga Yoshimitsu que abdicou do shogunato e construiu esse templo. Após sua morte, conforme requerido em seu testamento, tornou-se um Templo de meditação Zen. Os jardins são exuberantes com 132.000m², uma atração à parte.
- Nikkou
Nikkou significa luz do sol ou raio de sol. É uma pequena e pacata cidade a 140 km norte de Tóquio, na província de Tochigi. Datada do século XVII, Nikkou tem um complexo com 3 templos, o Templo Budista Rinnou, os Templos Xintoístas Futara-san e Tosho-gu, além do Mausoléu de Tayuu-in.
A arquitetura do complexo é belíssima. Eu adorei e recomendo a visita, apesar do trajeto de 140 km de Tóquio. Lá está o pictograma dos três macacos sábios, Mizaru, Kikazaru e Iwazaru. Você já deve ter visto essa imagem reproduzida em alguma propaganda: três macacos, um cobrindo olhos, outro os ouvidos e o terceiro a boca. Seus nomes simbolizam não ver o mal, não ouvir o mal e não falar o mal, uma lição moralista aos japoneses, para que não se envolvam com os males mundanos, mas mantenham sua integridade sempre.
Prepare-se fisicamente. Com escadarias muito íngremes e altíssimas, boa parte do complexo dos templos fica a uma altitude próxima a 2000m.
- Odaiba
Localizada na baía de Tóquio, Odaiba difere muito dos lugares exóticos e naturais do Japão. Também conhecida como Rainbow Town, é uma ilha artificial construída pelos japoneses no bairro portuário de Tóquio para entretenimento e compras. Na ilha, os turistas podem visitar a Rainbow Bridge, o robô de 18m Gundam (é a vontade japonesa de ser grande!) e vários shoppings. Com certeza um dos lugares mais diferentes para se visitar em Tóquio.
- Kyoto
A antiga cidade de Kyoto é onde está o bairro das gueixas. Nos hospedamos no espetacular Ritz Hotel que tinha acabado de ser inaugurado. A arquitetura contemporânea japonesa é de uma beleza e bom gosto difícil de se encontrar em outro lugar. Se não estiver hospedado lá, vá visitar, é muito lindo!
- Kanagawa
A segunda maior cidade do Japão, Yokohama, fica localizada a província de Kanagawa. Lá está a China Town, maior centro comercial chinês, com edificações do mesmo estilo e produtos em sua maioria vindos de lá. Uma pequena China no meio de Yokohama. Existem outras menores no país. Como de se esperar, os preços são mais baixos e há grande variedade de produtos. Além disso, passeios legais como viagens de barco de um ponto a outro da cidade, o Minato Mirai (que significa porto do futuro) e o divertido aquário Hakkejima Sea Paradise onde é possível até alimentar alguns leões-marinhos.
Bem próxima a Yokohama existe a pequena cidade de Kamakura onde encontra-se a segunda maior estátua de Buda com mais de 13m de altura. Kamakura se destaca pela beleza e pela grande quantidade de templos budistas e xintoístas, locais para meditação e descanso. Estando em Kanagawa não deixe de ficar em um Ryokan, tradicionais hotéis japoneses, onde se usa até mesmo quimonos de descanso (Yutaka), e opção de dormir em futon, tradicional cama japonesa, bem mais baixa e próxima do chão.