ETIÓPIA, UMA VIAGEM TRANSFORMADORA

A Etiopia não é uma viagem para qualquer um e isso é um fato. Para apreciar e admirar o que o país tem de mais interessante é preciso sair da zona de conforto, encarar a falta de estrutura, comida ruim, hotéis sem luxo e outros que tais. Dito isto quem se aventurar vai trazer memórias incríveis desse país fascinante. Como não se encantar com as igrejas escavadas de Lalibela, com as paisagens espetaculares das montanhas Simiens Gheralta, com o imenso Lago Tana, com o deserto de Danakil (o mais quente do planeta) e com o Vale do Omo, onde se encontram as tribos mais primitivas do mundo?

 

– O Império de Axum é considerado um dos 4 grandes impérios da Antiguidade junto com os impérios Romano, Persa e Chinês.

– Haile Selassie foi imperador por 40 anos, descendente de Salomão e Sabá, era o Leão de Judá, o Leão do Sião, ou o “Negusa Negast” segundo o livro Kebra Negast que conta a história da Dinastia Salomônica. Sua figura é lendária e controversa. 

– A Arca de Moisés “verdadeira” está em Axum e teria sido trazida de Israel a pedido de Salomão por Menelik I. Menelik é filho de Salomão com a Rainha de Sabá. Salomão pediu a Menelik para levar a Arca para lugar seguro e protegê-la. Desde então reza a tradição/lenda que a Arca da Aliança está na Etiópia, na Igreja de Santa Maria do Sião em Axum. Por isso a Etiópia tem tanta ligação com o Judaísmo.

– Israel nos anos 90 resgatou 130.000 judeus etíopes e os levou para Israel. 

– O cristianismo chegou na Etiópia por volta do sec. IV.

Addis Abeba:

– O Sheraton é um oásis no meio da pobreza. Um hotel 5* super confortável dentro de um parque muito bonito. O melhor disparado, nem pense em ficar em outro.

– Museu Arqueológico – lá está Lucy, o mais antigo humano primitivo já encontrado. Estima-se que Lucy tenha vivido há 3,2 milhões de anos. Seus ossos fossilizados foram encontrados em 1974 na Etiópia.

– A Catedral  é pobre pelos padrões ocidentais. Tem um belo lustre de Murano presente da Rainha Elizabeth II e os imponentes tronos do Selassié e sua mulher. Por detrás do Holly tem o HOLLY OF HOLLY, que toda igreja tem, onde só o padre pode entrar e que contém uma cópia da Arca de Moisés.

– Mercatto é um mercado caótico. Um formigueiro humano, uma Serra Pelada de coisas a serem vendidas, trocadas, consertadas e recicladas. As mercadorias se amontoam pelos telhados e as ruas são labirintos apinhados de gentes. Perde-se o mercado no horizonte poluído da cidade. Uma Babel esparramada dentro da capital. Homens sentados diante de máquinas de costura fazem consertos e reparos. Os manequins são expostos pendurados pela cabeça como um bando de enforcados que balançam tristes com roupas sintéticas e coloridas. Muitos homens desocupados apenas encostados conversando

Bahir Dar :

– Às margens do imenso Lago Tana está a lindíssima igreja de Bet Mariam (dedicada à Nossa Senhora) do sec. VI. Tem forma circular com lindas pinturas feitas em tela de algodão e aplicadas sobre Adobe e com a Cruz no topo enfeitada com ovos de avestruz.

– Do Lago Tana nasce o Nilo Azul que em Khartum junta-se ao Nilo Branco para formar o Rio Nilo como conhecemos nos dias atuais.

Gondar:

– Visite o complexo de Castelos e Balneário de Fasilides do sec. XVI que durante a Segunda Grande guerra foi usados pelos italianos como QG.

Simien Mountains:

– O Limalimo Lodge é o mais charmoso de toda a região. Tem um terraço com lareira a céu aberto e vista linda. A comida é deliciosa. 

– Não perca a caminhada pelo parque que tem paisagens deslumbrantes e onde  os milhares de baboos reinam absolutos.

Lalibella :

– Durante um período de menos de 200 anos, no século XII foram construídas 13 igrejas escavadas na pedra. Algumas Monolíticas (todos os lados destacados da pedra) outras semi-Monolíticas (algum lado é preso à pedra) e outras Cave-Churches (toda dentro de uma caverna). O ponto alta da visita é a incrível igreja de São Jorge. 

Gheralta

– As montanhas de Gheralta são um dos pontos altos de uma viagem a Etiopia. A paisagem desértica e as formações rochosas ao fundo lembram a região do Arizona nos Estados Unidos.

– Para fazer a escalada do paredão de Gheralta é necessário preparo físico. A subida extenuante de 3 horas com guias locais mambembes para ajudar e sem nenhum equipamento de segurança é um pouco perigosa.  Empoleiradas no alto dessas falésias estão igrejas escavadas na pedra, com pinturas lindas no interior. Essas igrejas ortodoxas etíopes são as menos visitadas do país, algumas das quais com mais de 1000 anos. A força da fé que move os monges a construir capelas e igrejas em escarpas e grutas inacessíveis é um mistério. A vista é espetacular!

– Fazer um passeio de balão para apreciar a paisagem por cima é um programão!

Omo Valley:

– Para ter uma experiência “roots” fique no Lale’s Camp. É um acampamento rústico mas confortável à margem do rio dirigido pelo próprio Lale, um homem de origem Kara muito simpático.

– O barulho da mata à noite lembra uma sinfonia de pássaros, grilos, macacos, sapos que enchem o ar de vida.

– O Rio é enfestado de crocodilos e aves fazem ninhos gigantes nas árvores à margem.

– A tribo Hamar é composta de pastores nômades. Eles são desconfiados e não sorriem muito, mas não são hostis ou desagradáveis. São sérios, curiosos e na deles. O cheiro nas tribos é bem desagradável porque há muita sujeira. Porcos e cabras convivem com as pessoas. 

– Para visitar a tribo Mursis é necessário descer o rio Omo por 2 horas. Esses são mais ariscos e mal-humorados. São eles que fazem as escarificações e as mulheres usam os pratos labiais de argilas e expansores no lóbulo das orelhas. As mulheres fazem cortes na pele que quando cicatrizam formam queloides em relevo. Eles consideram essas mutilações um padrão de beleza. 

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