Bastante compacta, Cracóvia pode ser perfeitamente explorada a pé. O centro histórico de Cracóvia – a Cidade Velha ou Stare Miasto – é cercado por uma muralha fortificada que abriga no seu interior os principais pontos turísticos.
A Polônia foi dominada e dividida pela Áustria, Rússia e Prússia durante séculos. Reconquistou sua independência em 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial, só para anos depois, ser uma das mais maltratadas nações durante a Segunda Guerra. Varsóvia, a capital, foi totalmente destruída na II Guerra Mundial em um dos maiores massacres da história durante o Levante de Varsóvia. Já Cracóvia, por sua vez, escapou ilesa e ainda preserva um dos Centros Históricos mais antigos e bem conservados de toda a Europa, tendo sido nomeado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1978.
Cerca de seis milhões de poloneses foram mortos, metade deles membros da comunidade judaica. Antes de 1939 mais de três milhões de judeus viviam na Polônia. Calcula-se que atualmente aproximadamente apenas cinco mil vivam no país.
A Polônia foi durante séculos conhecida como um centro de tolerância religiosa. Discriminados em outras partes da Europa os judeus atribuíam à nação o status de porto seguro. No bairro de Kazimierz a Sinagoga de Isaac, a Sinagoga Remuh e a Velha Sinagoga, todas centenárias, surgem como testemunho de uma comunidade que fincou raízes na região. O Novo e o Velho Cemitério Judeu são outro marco dos judeus na cidade.
Foi em um gueto construído do outro lado do rio Vístula, no bairro de Podgórze, que os nazistas enclausuraram entre 1941 e 1943 aproximadamente 17 mil judeus. Um dos muros do gueto continua de pé. Da Praça Zgody saíam os comboios lotados de prisioneiros em direção aos campos de concentração da região. O complexo Auschwitz-Birkenau está a duas horas de distância. Tudo está lá como testemunho da historia do holocausto
Onde Ficar
Hotel Copernicus
O primeiro membro da Polônia do grupo Relais & Chateaux. Situado na rua mais antiga de Cracóvia, o Copernicus fica a poucos minutos do Castelo de Wawel e da Catedral de Cracóvia. Os 29 quartos têm camas com pesados estrados de madeira, frisos decorativos e piso em parquet. Experimente a requintada cozinha polaca no restaurante intimista e desfrute de vistas sobre a cidade a do terraço no rooftop.
Puro Kraków Kazimierz
Para atrair os viajantes mais jovens, o PURO traz uma vibe moderna no decor de seus 138 quartos. Há um toque dos anos 1950 nas áreas comuns, e a brasserie Dystrykt One serve um menu a preços razoáveis.
Ampla variedade no café da manhã. Localização perfeita a 15 minutos a pé da praça principal em Cracóvia e 10 minutos na outra direção para o rio Vístula.
Aluguel gratuito de bicicletas. Perto da principal estação ferroviária.
Grand Hotel
Localizado a poucos minutos da praça principal o Grand Hotel fica em um antigo palácio do século XIX. O Salão do Espelho pertencente ao hotel é certamente um dos salões de banquetes mais esplêndidos da cidade. O esplendor se estende ao Grand Signature Restaurant e ao Grand Café.
Hotel Stary
Em uma esquina do Market Square fica o Hotel Stary onde séculos de história se misturam ao moderno. Em um prédio século XIV os 78 quartos de decoração contemporânea combinam móveis de couro com piso de madeira e banheiros de mármore. Prefira um dos quartos com varanda e vista para a praça. Não perca o maravilhoso restaurante no terraço da cobertura. Confira as duas piscinas no spa.
Bonerowski Palace
Difícil ficar em uma localização mais central do que o essa e com vista para a praça mais famosa de Cracóvia, a Rynek Glowny (Praça do Mercado). É igualmente difícil ficar em um hotel mais majestoso do que este palácio de 18 quartos com origens no século XIII. No interior a decoração é do século 19, com tecidos sumptuosos, sedas pesadas, piso em madeira, papel de parede floral e mobiliário deliciosamente antiquado. O restaurante está de frente para a praça, onde as mesas se espalham no verão e o aconchegante St John’s Jazz and Wine Club está situado nas adegas de tijolos do hotel.
Onde Comer
Pod Aniolami
Ótimo local perto da praça principal. Magnífica comida em um ambiente charmoso do século XVII. O menu degustação é excepcional. Vale a visita para almoço ou jantar.
Przystanek Pierogarnia
Desde a abertura em 2010, este restaurante tem servido o melhor pierogi que Cracóvia tem para oferecer. Recheados com recheios doces ou salgados, os bolinhos poloneses são servidos ao lado de cebolas cozidas ou manteiga e açúcar polvilhado. Embora a localização seja na esquina de uma rua mais residencial e um pouco fora do centro da cidade de Cracóvia, a comida vale a viagem
Introligatornia Smaku
O restaurante fica localizado no bairro judeu, a apenas uma quadra da New Square em um local onde funcionava uma oficina de encadernação de livros. Serve pratos poloneses tradicionais em um ambiente elegante e acolhedor.
Nolio
Se você estiver com vontade de experimentar uma autêntica comida italiana, não há lugar em Cracóvia melhor que o Nolio. Eles servem pizza tradicional napolitana feita em um forno a 900 graus Fahrenheit.O cardápio também conta com massas deliciosas e outras especialidades italianas, além de uma boa seleção de cervejas e vinhos.
Zazie Bistro
O Zazie é um bistrô francês localizado no Bairro Judeu de Cracóvia. Este lugar tornou-se popular por sua cozinha clássica francesa a um bom preço. Embora o menu seja um pouco pequeno, é tudo delicioso. Experimente a barriga de porco servido com polvo ao molho de mostarda e limão, servido sobre um purê de ervilha verde e salada de maçã
Rzeznia – The Rib House
Um dos melhores restaurantes em Cracóvia para degustar carnes grelhadas, famosos por suas travessas de costela, mas também servem um frango saboroso e até camarão
Wierzynek Restaurant
Restaurante aberto desde 1364, comida tipicamente polonesa de ótima qualidade e boa apresentação em um ambiente sofisticado. Fica em um edifício medieval muito bem conservado, com mobiliário antigo lindíssimo, serviço de primeira classe.
O Que Fazer
Nowa Huta
Esse bairro que fica a 10 Km a Leste do centro de Cracóvia é parada obrigatória para quem visita Cracóvia. Ele foi construído para ser a cidade modelo do comunismo e um estandarte da propaganda stalinista, aliás, Nova Huta significa “nova planta”. Começou a ser construída em 1949 e chegaram a viver aqui 100 mil pessoas.
O bairro foi construído com base no Realismo Soviético, um misto de antigos estilos arquitetônicos da Europa e novas tendências da construção civil soviética. Os apartamentos são uma das atrações mais procuradas pelos turistas. Os modelos estão bem conservados e com toda a mobília original. Eles são pequenos, mas confortáveis e capazes de transportar os visitantes para os seios de uma típica família operária. No interior é possível conhecer os cômodos, móveis, eletrodomésticos e utensílios importados da União Soviética e Alemanha Oriental.
O PRL Museum explora a Polónia ocupada pelo Comunismo e a igreja Arka Pana é um monumento brutalista construído por voluntários, símbolo da oposição católica polaca ao regime comunista. As igrejas de madeira de St. John e St. Bartholomew contrastam com os edifícios de apartamentos de aspeto austero.
Fábrica de Esmaltados
Um museu que vale muito a pena ser visitado em Cracóvia é a Fábrica de Esmaltados de Oskar Schindler. Ele fica no coração do gueto para onde a comunidade judaica foi transferida em 1941, conta em detalhes o dia a dia dos moradores ao longo da Segunda Guerra Mundial e mostra as atrocidades cometidas pelos nazistas contra a população.
Podgorze
Do outro lado da ponte, atravessando o rio, está Podgorze: onde estava o antigo gueto judeu de Cracóvia, criado a 3 de março de 1941. É aqui que está a instalação de cadeiras no centro da Praça Bohaterów: era o local onde selecionavam os judeus para irem para os campos de concentração. O monumento das cadeiras é uma homenagem para recordar o fato de os judeus terem de tirar os seus pertences de casa e atravessarem este local com móveis.
Kazimierz
Há também o Bairro Judeu, no distrito de Kazimierz, onde no início da 2ª Guerra Mundial viveram cerca de 70 mil judeus. Os nazistas os transferiram para um gueto Podgorze (que ficava do outro lado do rio Vistula, através da ponte Bernatek), de onde foram deportados posteriormente para os campos de concentração.
Curiosamente foi depois das gravações de “A Lista de Schindler” que começou a sua recuperação sendo, hoje em dia, uma das áreas mais populares de Cracóvia. Aqui, encontra sete sinagogas e o Museu Judeu Galicia
Collegium Maius / Colégio Maior
Cracóvia é uma cidade universitária secular e este local (Colégio Maior) é o edifício universitário mais antigo da Polónia. Nicolau Copérnico estudou aqui. Datado do século XV (1400), o edifício apresenta arquitetura gótica. Aqui, pode visitar o Museu da Universidade Jagellonia, onde estão expostos objetos ligados à Astronomia, Cartografia, Física e Química. Se o relógio do pátio estiver funcionando, fique para ver as figuras de madeira a “dançarem” ao som de uma música, a cada duas horas.
Basílica de São Francisco de Assis
Esta era uma das igrejas favoritas de João Paulo II. Datada de 1269, foi construída para os monges franciscanos, que vinham de Praga, e é uma das igrejas mais antigas de Cracóvia.
Igreja de Santa Maria (Kosciol Mariacki)
Datada do século XIV, a igreja fica no centro da Praça do Mercado e merece uma visita ao lindíssimo interior. O retábulo de madeira do século XV tem 12 metros de altura, que dizem ser o maior da Europa. O teto azul com estrelas douradas também é belíssimo.
Tem como curiosidade o fato de ter duas torres de diferentes alturas. A torre mais alta, com uma coroa no topo, servia para mostrar se as portas da cidade estavam abertas ou fechadas, em caso de incêndio ou ataques. No verão, pode subir à torre e ter a vista da cidade.
Wawel
No Monte Wawel fica a famosa Catedral de Cracóvia (fundada em 1020) e o Castelo Real (Crácóvia foi a capital da Polonia até 1609, quando a Corte e o Parlamento foram transferidos para Varsóvia). Ele foi ocupado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e totalmente restaurado no século XX.
Stare Miasto e a Praça do Mercado
A cidade velha ou Stare Miasto tem um estilo arquitetônico dos países da Europa Central, típico dos séculos XVII e XVIII. Edifícios bonitos e imponentes, monumentos, igrejas, lojas, restaurantes e os tradicionais cafés. No centro fica a Praça do Mercado onde costumam estar vendedores de flores e muita animação. São 40 mil metros quadrados de espaço, o que a faz ser a maior praça medieval da Europa. Foi construída em 1257 e durante a ocupação nazi teve o nome de Adolf Hitler Platz.