PALÁCIO YUSUPOV E O ASSASSINATO DE RASPUTIN

Na época dos czares durante o período de ouro da Rússia as dinastias dos príncipes e condes StroganoffYusupovSheremetev e Shuvaloff contribuíram para o crescimento político, econômico, territorial e cultural do país ao longo de séculos. Ocupavam os cargos de estado mais importantes, possuíam vastos territórios e centenas de milhares de escravos. Os seus nomes estão eternizados na história nas denominações das ruas, praças e cidades e não só por causa da sua riqueza material. A maior riqueza que a aristocracia russa deixou como legado foi a fundação de hospitais, colégios e universidades para povo. Eram presidentes da biblioteca pública, do Museu Hermitage, patrocinavam artes, subsidiavam as forças de defesa contra os inimigos, fundavam teatros para o povo e abriam estradas.

Entre os mais poderosos estava a família Yusupov, dona do lindíssimo palacete em São Petersburgo. Eram extremamente ricos, ainda mais ricos que os czares e muito influentes pois serviam aos monarcas desde a época de Ivan IV, o Terrível. Os seus palácios superavam pela exuberância e luxo às residências imperiais.

Palácio Yusupov – Construído no século XVIII, o palácio foi adquirido pela família Yussupov em 1830, tornando-se sua residência oficial em São Petersburgo, até a Revolução de Outubro, em 1917, quando os últimos membros da família se exilaram do país após a ascensão ao poder do regime Comunista.

Uma visita ao palácio mostra o luxo em que viviam os nobres da Rússia do século XIX. A residência é suntuosamente decorada, não ficando a dever a nenhum dos palácios imperiais da Rússia. As paredes eram ornadas com obras de artistas importantes como Rembrandt, Hubert Robert, Greuz, além dos mestres russos, que, após a Revolução, foram confiscados pelo Estado e incluídos na pinacoteca do Hermitage e do Museu Russo. Suas salas chegaram a abrigar cerca de 40.000 obras de arte.

Visita guiada pelo Palácio Yusupov e o museu Rasputin, São Petersburgo

O Palácio possui ainda um teatro esplêndido onde se apresentavam espetáculos para a nobreza da época e onde ainda são apresentados regularmente concertos, óperas, ballets e peças de teatro.

Lendas e segredos são contados até hoje, como a história da jovem esposa do conde Stroganoff que fugiu com amante e o marido generoso em vez de matar os dois comprou um palácio para esposa infiel e o seu namorado. Há ainda outras estórias como a do homem mais rico da época, o conde Sheremetev que se casou com a sua escrava e do último dos príncipes Yussupoff que matou RASPUTIN.

Grigori Rasputin (1869-1916)  

Foi um monge, fanático religioso e místico russo. Personagem poderoso do final da era czarina era favorito da corte do czar Nicolau II e Alexandra Feodorovna.

Em 1905 foi procurado pelos czares para curar os sangramentos do filho Alexis que sofria de hemofilia. Com habilidades para acalmar o príncipe, diminuindo seus sangramentos, conquistou a confiança dos czares que seguiam suas orientações para tratamentos distintos dos dados pelos médicos e que surtiam efeitos na melhora da criança. Tal situação proporcionou a ele grandes poderes políticos delegados principalmente pela czarina, chegando a assinar e transmitir petições de promoções e nomeações, além de, em alguns casos, nomear ministros. Por conta dessa ingerência nos assuntos de estado e em decorrência do poder que exercia sobre a família real causou forte oposição dos nobres da corte do czar.

Um dos que mais odiavam Rasputin era o príncipe Félix Yussupov, casado com a sobrinha do czar Nicolau. Para ele, o envolvimento de Rasputin com os Romanov era o que havia de pior para o futuro da Rússia. Uma conspiração, com a participação do grão-duque Demétrio Pavlovich Romanov primo do czar, uma vez que eram ambos netos de Alexandre II, culminou em seu assassinato.

Rasputin teria sido convidado por Yussupov para uma festa em seu palácio. O plano era que o bruxo morresse ao ingerir vinho e pedaços de bolo envenenados com cianeto. Aparentemente o homem era imune ao veneno e não morreu.

Yusupov então disparou contra o curandeiro, que caiu no chão. Todos examinaram o corpo e voltaram ao segundo andar para festejar o sucesso do atentado. Yusupov continuava tenso, imaginando que, graças a poderes sobrenaturais, a vítima ainda estivesse viva foi verificar o corpo até então inerte. Rasputin subitamente se levantou e atacou o desesperado Yusupov, que clamou por ajuda. O místico ainda teve forças para fugir pelo pátio, onde foi alvejado novamente.

O cadáver foi enrolado num tapete e atirado nas águas do rio Neva. Quando foi encontrado havia água em seus pulmões o que sugere que ainda estava vivo quando foi atirado no rio.

Ao saber do crime, a czarina Alexandra exigiu uma investigação minuciosa. A polícia encontrou provas por todos os cantos, incriminando Yusupov e Pavlovich. Ambos foram expulsos do país por Nicolau II, que, com esse ato, acabou salvando a vida deles. Três meses depois do crime, o czar seria derrubado. Em outubro de 1917, o poder chegaria às mãos dos bolcheviques liderados por Vladimir Lênin. No novo regime, praticamente toda a nobreza russa, incluindo Alexei, Alexandra e Nicolau II, seria executada.

Um comentário sobre “PALÁCIO YUSUPOV E O ASSASSINATO DE RASPUTIN

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *